SSDs estão ficando cada dia mais populares, especialmente em notebooks. O que não é estranho, já que eles estão ficando cada vez mais finos, exigindo soluções mais modernas de armazenamento. Mais do que isso, oferecem um nível de desempenho consideravelmente melhor do que o oferecido pelos HDs mecânicos, resolvendo o principal gargalo de performance em basicamente qualquer configuração.
Mas como os SSDs são “melhores” do que os HDs mecânicos? O que eles fazem, exatamente? Este é o assunto deste artigo. E vamos começar com um fato interessante: a velocidade de leitura/escrita contínua não é um indicativo tão importante assim.
Mas, antes, fica a dica: clicando aqui, você encontra uma seleção de notebooks para todos os gostos que já vêm com SSD — e com preços bastante sedutores, ainda por cima!
Vamos lá?
Sistemas operacionais e dados randômicos
Um título e tanto esse, não? Dá a ideia de que se trata de algo bastante técnico, mas vamos partir de um ponto simples: o supermercado. Quando fazemos compras, vamos fileira por fileira pegando apenas os itens que queremos comprar até chegarmos no caixa para pagar.
A “velocidade final da compra“ depende mais do tempo que você demora para fazer isso do que propriamente da velocidade que você pega itens em sequência no começo do supermercado. Ou seja, não importa muito o quão rápido você pega diversos itens iguais em sequência na primeira prateleira, mas sim quanto tempo você demora para percorrer o supermercado inteiro pegando pequenas quantidades de itens diversos.
Sistemas operacionais funcionam basicamente da mesma forma: necessitam de grandes quantidades de pequenos dados, não de uma leitura rápida de arquivos em sequência. Mesmo que um HD mecânico fosse 10 vezes mais rápido em leitura/escrita contínua, a velocidade de inicialização (por exemplo), não mudaria significativamente. E é aí que entram os SSDs.
Para o SSD pouco importa onde está o arquivo. Ele pode estar em um lugar aleatório (ou randômico) e a velocidade de acesso será exatamente a mesma. No exemplo do supermercado, mesmo que os itens fossem distribuídos de forma completamente aleatória, a “velocidade final da compra“ seria exatamente a mesma.
Já HDs mecânicos funcionam melhor quando os dados (ou itens do supermercado) estão dispostos em sequência (o que explica a necessidade de desfragmentação para melhorar o desempenho). Mas aí vem o pulo do gato: SSDs são mais rápidos do que HDs mecânicos inclusive com arquivos organizados em sequência. Vamos aos números.
Quase 700 vezes mais rápido!
Pode parecer um número inflado, mas, em casos extremos, a diferença entre um HD mecânico e um SSD chega a esse nível. De um lado temos o Book X30; do outro, o Book X45. Ambos trazem configurações bastante semelhantes, com processador Intel Core i5 de décima geração e 8 GB de memória RAM. O Book X45 vem com placa de vídeo dedicada NVIDIA MX110, que foi desativada durante nossos testes.
Qual é a variável restante? O Book X45 vem com um SSD M.2 NVMe de 256 GB, enquanto o Book X30 oferece um HD mecânico com capacidade de 1 TB. Dito de uma forma chique, um ceteris paribus, colocando SSD e o HD mecânico em confronto direto. E mais do que isso, é uma forma de mostrar como apenas um componente pode afetar o desempenho de um notebook.
E o que os benchmarks mostram? Abaixo, o resultado do CrystalDiskMark, uma “interface gráfica para o Disk Speed do Windows” do Book X30:
Agora, o mesmo teste para o Book X45:
Em termos simples: as duas primeiras linhas representam dados de leitura e escrita (respectivamente) contínua. As duas últimas linhas representam acessos randômicos, também conhecido como acesso aleatório.
Não é objetivo deste artigo abordar detalhes muito técnicos, como o que significa Q32T16 (16 Threads, Queue 32), que significa um caso bastante particular, ainda que representativo (mostrando a diferença de 672 vezes de diferença nos níveis de leitura em favor do SSD que deu nome ao subtítulo). Vamos ser mais objetivos aqui.
Como vemos na primeira linha, o modelo com SSD é “apenas” 14,4 vezes mais rápido em leitura contínua e 9,2 vezes mais rápido em escrita contínua. E fica melhor: é 107,1 vezes mais rápido em leitura aleatória e 41,6 vezes mais rápido em escrita aleatória. O que explica a inicialização (e experiência geral) mais veloz com o mesmo processador e mesma quantidade de memória RAM.
Os números são bastante precisos em passar informações “calculáveis”, mas o que podemos depreender do que vimos aqui?
Conclusão: o “level up” do notebook
Benchmarks são interessantes para testar a máquina em casos mais comuns, mas o que importa na prática é a experiência do dia a dia. E, bom, um notebook com SSD proporciona uma experiência de uso superior em basicamente qualquer configuração. Às vezes “culpamos” o processador, ou a quantidade de memória RAM, pela lentidão da máquina, sendo que a lentidão provavelmente é culpa do HD mecânico.
Não é que HDs mecânicos sejam produtos ruins: muito pelo contrário. Ainda trazem capacidades com preços bastante interessantes, mas é o SSD que faz o sistema como um todo ficar mais “espertinho”. Mais do que isso, notebooks com SSD trazem vantagens adicionais.
Como não possuem partes móveis, são mais resistentes a impactos físicos, algo importante para notebooks que são carregados para todos os lugares. Como são mais eficientes, consomem menos energia, o que pode representar alguns minutos extras quando precisarmos. Ou seja, são produtos que se destacam em relação ao desempenho e à economia de energia, o que beneficia os notebooks de forma direta.
Na hora de pesquisar um modelo novo, é importante priorizar modelos que tragam SSDs por padrão, garantindo que o conjunto funcione de forma mais ágil como um todo. Notebooks que trazem SSD por padrão e processador intermediário são mais ágeis do que máquinas com processadores extremamente poderosos, mas que precisam ficar esperando o HD mecânico a todo momento.